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sábado, dezembro 30, 2006

Estadunidenses levam Saddam Hussein à forca

A TV estatal Al-Iraquiya, do Iraque, confirmou a execução do ex-ditador Saddam Hussein por enforcamento às de 1h30 de hoje. A morte, que já tinha sido antecipada pela emissora local Al Hurra e a TV árabe Al-Arabiya, ocorreu por volta das 6h30 locais (1h30 de Brasília) e foi registrada em fotos e vídeo.

As imagens deverão ser divulgadas em breve. Um dos advogados de Saddam também já tinha confirmado a execução.

A execução do iraquiano ocorreu após muitas especulações, que começaram na terça-feira quando foi confirmada sua sentença pela Corte de Apelações.

Saddam foi condenado à morte em 5 de novembro deste ano por um tribunal iraquiano pelo massacre de 148 xiitas na aldeia de Dujail, em 1982. O caso foi considerado crime contra a humanidade. Entretanto, o maior motivo é a perseguição norte-americana na caça às bruxas após o atentado de 11 de Setembro de 2001.

O presidente George Bush decidiu invadir o Iraque com o pretexto de desarmar o que seria um perigo terrorista. Disse que Saddam tinha armas químicas, o que acabou sendo desmentido, já que tais armas nunca apareceram. Entretanto, Bush seguiu com sua missão de apossar daquele país, grande produtor de petróleo em escala mundial.

O ex-ditador foi morto no sábado, antes do amanhecer, para não haver choque com tradições religiosas da "Al-Adha", cujas manifestação serão iniciadas brevemente, período em quando não se podem praticar execuções. As celebrações só terminam na próxima quinta-feira.

Poucas horas antes da execução, as filhas do ex-líder iraquiano, exiladas na Jordânia, pediram que o corpo do pai fosse temporariamente sepultado no Iémen, pelo menos até o Iraque ser um país livre.

Saddam Hussein nasceu em 28 de abril de 1937, em Al-Awja, aldeia pertencente a Tikrit, cidade muçulmana sunita situada a 150 quilômetros de Bagdá.

Nascido no mesmo lugar que o lendário Saladino e descendente de uma família de camponeses, Saddam aprendeu a primeira lição sobre a eficácia da violência ainda criança. O pai abandonou a família antes do nascimento do filho e a mãe, Subha, que trabalhava como vidente e andava sempre de preto e com os bolsos cheios de conchas do mar, casou-se de novo.

O padrasto, conhecido como "Ibrahim, o mentiroso", divertia-se nas surras que dava no enteado com um pedaço de pau coberto de asfalto. O próprio Saddam não esconde que foi uma criança triste que evitava a companhia das outras pessoas. Para se proteger das provocações por não ter o pai legítimo por perto, saía de casa sempre armado com uma barra de ferro.

O tio materno Khairallah Tulfah, um militar simpatizante de Adolf Hitler que depois veio a ser governador de Bagdá, foi a figura mais importante na formação da personalidade de Saddam. Foi com ele, um fervoroso nacionalista, que Saddam, ainda adolescente, se mudou para Bagdá.

Em 1956, aos 19 anos, aderiu ao partido Baath (fundado na Síria por Michel Aflaq) e, no mesmo ano, participou de um golpe de Estado fracassado contra o rei Faisal II. Dois anos depois, participou de outro golpe, dessa vez contra Abdul Karim Qassim, carrasco do monarca e líder do novo regime golpista. Acusado de complô, foi condenado à morte à revelia em fevereiro de 1960, sentença da qual conseguir escapar fugindo vestido de mulher para o Egito e através da Síria, onde as autoridades lhe concederam asilo político.

No Cairo, concluiu seus estudos secundários e foi admitido na Escola de Direito - terminaria a faculdade anos depois, em 1968 -, onde se relacionou com jovens membros do Partido Baath egípcio, de inspiração esquerdista e pan-árabe. Em fevereiro de 1963, Saddam retornou ao Iraque, assumindo o comando da organização militar do partido.
Morreu no dia 30 de dezembro de 2006 às 01h30h de Brasília.

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